A Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, S.A., através da área de Geotecnia e Reabilitação | Obras Marítimas, concluiu, para a Associação de Turismo de Lisboa, a empreitada de Reforço das Fundações e Estruturas para a Plataforma (segurança antissísmica) entre o terminal de cruzeiros e o Terreiro do Paço em Lisboa, intervenção que se insere num grupo de diversas obras de reabilitação e requalificação da frente ribeirinha da capital e que abrangeu dois projetos com duração total de 150 dias:

 

  1. Plataforma e Muro Poente

 

Com este projeto pretende-se reformular a frente ribeirinha no limite poente do Cais Sul e Sueste, repondo o limite original, traçado com referência ao muro das namoradeiras e a fachada poente do torreão nascente da Praça do Comércio (atual torreão das Finanças).

A intervenção consistiu na execução das estacas que constituem a fundação da futura plataforma e muro poente.

A plataforma e muro poente ocupará uma área total de cerca de 900 m2, com um desenvolvimento de 90,00 m e uma largura máxima de 15,40 m.

A zona de intervenção possuía, em grande parte da sua área, um aterro com proteção em enrocamento, fruto da execução da estação e do túnel poente do metro. Este aterro permitiu executar 40 estacas com recurso a equipamento hidráulico de furação à rotação com vara kelly e revestimento provisório do furo através de entubamento recuperável. No canto sudoeste existia um pequeno trecho do cais original, construído em meados do séc. XX. No âmbito do presente projeto, e tendo em conta o seu aparente mau estado de conservação, foi necessário efetuar a sua demolição integral e, recorrendo a meios adequados, foi possível executar as restantes 20 estacas em meio marítimo com recurso a cravação de tubo metálico definitivo através de vibrofonceur e escavação com grab mecânico.

 

  1. Reforço Sul, a integrar no Cais Sul e Sueste

 

No âmbito da reabilitação da frente ribeirinha, este projeto pretende reformular a zona de influência entre a Estação Fluvial Sul e Sueste do Arquiteto Cottinelli Telmo e o cais existente, cuja construção do aterro remonta à primeira metade do séc. XX.

O reforço executado tem como objetivo contribuir para a minimização dos impactos associados a fenómenos de liquefação e/ou mobilidade cíclica nas aluviões no caso de ocorrência de uma ação sísmica, consistindo na execução de estacas encabeçadas por uma laje em betão armado. Em fase de serviço a plataforma será utilizada para circulação pedonal naquela zona.

A plataforma sul ocupará uma área total de cerca de 1.220 m2, com um desenvolvimento de 95,00 m e uma largura máxima de 15,80 m.

O tipo de solução de reforço adotada é idêntica à já aplicada na zona a nascente do Terminal Fluvial Sul e Sueste, ou seja, na zona da estação da Transtejo. Esta solução consistiu na execução de alinhamentos de estacas atravessando integralmente as aluviões e penetrando no substrato miocénico, de forma a mobilizar o máximo esforço de corte em cada estaca. De uma forma geral, o reforço consiste em 4 alinhamentos paralelos ao rio de estacas de 1,20 m de diâmetro afastadas de 5,0 m. O afastamento entre alinhamentos é de 3,0 m. As estacas estão dispostas em quincôncio de forma a maximizar o efeito de arco no solo e assim maximizar o efeito de reforço associado. A metodologia aplicada à execução das 74 estacas efetuadas sobre o aterro existente foi o recurso a equipamento de furação à rotação com vara kelly e revestimento provisório do furo através de entubamento recuperável.